É sabido por todos que, existe uma linguagem específica entre as pessoas LGBTQIAP+ quando dirigem-se umas as outras, independente do país em que se encontram.
Dependendo do nível de intimidade de ambos, alguns dos termos usados podem ser categorizados como pejorativos (ofensivos), como por exemplo o termo ”Panina” – termo usado pela população Angolana para ofender e denegrir os homens gays e mulheres Trans (em particular aos afeminados e as mulheres Trans ou as Travestis). Mas, muitos desses termos têm uma forte influência das línguas bantus, trazendo uma adaptação e ressignificação de alguns termos do povo Bakongo.
Para ajudarmos algumas outras pessoas LGBTQIAP+ e a sociedade no geral a, perceber esses termos e como devem/não usá-los, listamos a baixo alguns dos termos mais usados pelas pessoas LGBTQIAP+ e não só, em Angola:
Panina – termo pejorativo usado para ofender Gays afeminados e mulheres Trans;
Maria homem – termo pejorativo para ofender mulheres Lésbicas masculinizadas e homens Trans;
Pedé – termo usado maioritariamente por pessoas Congolesas para ofender e denegrir homens Gays afeminados e mulheres Trans;
Kimba – Pénis de tamanho avantajado;
Kimbango – Pénis extremamente grande;
Yangolosso – Pénis extremamente grande;
Vavata – Vagina (termo usado maioritariamente por mulheres Lésbicas e homens Trans);
Funda – homem Gay passivo ou versátil que consegue se envolver/ ser penetrado por um outro homem com um bruta Kimbango (pénis extremamente grande);
Godoneira – pessoa LGBTQIAP+ que faz trabalho de sexo;
Leleh – Lésbica;
Pangui – Gay;
Pipoca – Gay;
Goiaba – Gay;
Moy – um tracadilho da palavra “Boy” (em inglês), usado por mulheres Lésbicas e homens Trans quando se referem a mulheres Lésbica masculinizada;
Tupetuda – Mulher Trans;
Adoxiny – Adoro;
Xuxiny – Muito bom;
Colosseira – Gay afeminado;
Cove – Anus.
Com certeza, poderia criar se um dicionário urbano para poder registrar e conhecer todas as gírias existentes na comunidade, pois, uma simples lista não é suficiente para se fazer menção a todas as gírias existentes na comunidade LGBTQIAP+… Uma coisa é facto, o uso de certas gírias listadas acima definem o nível de intimidade das duas pessoas que as usarem.
De vez em quando vão surgindo novas terminologias, e, perceber o significado de cada uma delas é crucial para se ter inclusão no seio das pessoas LGBTQIAP+ Angolanas, e, saber dirigir-se a cada um, dependendo do nível de intimidade transmitida.
Por David Kanga