A república do Irão é conhecido por carregar várias acções contra a liberdade dos cidadãos, descumprindo a preservação dos direitos humanos do povo daquele país.
Conhecido também por ser o país que mais realiza cirurgias de redesignação sexual (mudança de sexo) no mundo, o Irão pode vir a ser uma boa escolha (superficial) de destino para mulheres Trans – que pretendem fazer a cirurgia de redesignação sexual-, ou, um purgatório para homens Gays.
O estado iraniano é mundialmente conhecido por financiar a mudança de sexo (cirurgia de redesignação sexual) em pessoas Transexuais, essa é uma das razões que faz com que o Irão seja o principal país do mundo onde se realizam mais operações de redesignação sexual. Mas esse factor tem levado -forçadamente- vários homens gays e mulheres lésbicas a fazerem a mudança de sexo para evitar serem mortos pelo próprio governo.
“Meu pai veio visitar-me em Teerã com dois parentes. Eles fizeram uma reunião para decidir o que fazer sobre mim. Disseram: ‘Ou você muda seu sexo ou vamos matar-te. Não deixaremos que você viva nessa família'”. Soheil, jovem gay iraniano em declarações para a BBC.
Segundo os relatos de uma psicóloga iraniana para a BBC, Shabnam -nome fictício-, os médicos iranianos são orientados a dizer para homens e mulheres homossexuais que eles estão doentes e precisam fazer tratamento.
“Eles (as autoridades) mostram o quão fácil pode ser a cirurgia. Prometem dar-te documentos legais e, mesmo antes da cirurgia, permissão para andar na rua vestindo o que quiser. Prometem conceder-te um empréstimo para pagar a cirurgia”. Afirmou a psicóloga para a BBC.
Essas declarações das autoridades iranianas são carregadas de várias problemáticas. Por ser um país declarado anti-homossexualidade, muitos homens gays até a presente data têm sido submetidos a cirurgia de redesignação sexual forçadamente, sendo condenados a viver com um sexo pelo qual não se identificam.
Segundo Taraneh Aram, uma mulher transexual, para o Euronews, “aos que não querem se submeter a cirurgia de mudança de sexo resta a opção de fugir. A maioria vai para a Turquia, já que os iranianos não precisam de visto lá. Mas, no final quase todos pedem a asilo num país terceiro, depois de enfrentarem a discriminação e por vezes a violência”.
Turquia: O primeiro refúgio para homens gays iranianos
Turquia, país vizinho do Irã, se tornou no primeiro e principal refúgio de homens gays e mulheres lésbicas iranianos que fogem do seu país para evitar terem que ser obrigados a fazer a cirurgia “obrigatória” de redesignação sexual.
Por ser um país que não exige vistos para cidadãos iranianos, indivíduos Queer recorrem ao país vizinho para escaparem da morte. Mas, estando na Turquia, os mesmos ainda enfrentam preconceito e discriminação nas cidades mais conservadoras do país vizinho.
Em 2005, Arsham Parci fugiu do Irã com destino à Turquia. Enquanto esteve na Turquia, Arsham sofreu um ataque de agressão física e lhe foi negado o tratamento hospitalar para deslocamento de ombro por ser homossexual. Parci ficou durante 2 meses sem sair de casa.
Um tempo depois Arsham Parci se mudou para o Canadá e criou um grupo de apoio para gays iranianos. Parci diz receber centenas de pedido de socorro por semana, e até 2024 auxiliou cerca de mil pessoas a deixarem o Irã.
Istambul é provavelmente a única cidade, entre as sociedades islâmicas, que tolera a homossexualidade. Apesar de existir uma certa taxa de preconceito/discriminação na Turquia, o país ainda é tolerável e refúgio para indivíduos LGBTs de outros países islâmicos, com eventos e espaços específicos direcionados exclusivamente para pessoas LGBTQIAP+.
Arsham Parci estima que provavelmente 45% das pessoas que fizeram a cirurgia de redesignação sexual, no Irã, não são Transexuais, mas sim Homossexuais.