No início da noite da última quinta-feira, 25 de Novembro, aconteceu a exposição coletiva, Como se o Mundo Não Tivesse Demarcação, na galeria de artes Movart, onde a artista plástica e activista LGB”T”, Imanni da Silva, foi uma das 4 artistas femininas convidadas, para expor as suas obras no evento.
Varias foram as figuras públicas e apreciadores das artes plásticas que se fizeram presentes na abertura da exposição, onde a artista, Imanni da Silva, cativou a atenção de todos os presentes com as suas obras delicadas, peculiar e ao mesmo tempo Queer, onde é fácil de se perceber a representação de uma pessoa Trans ou Não-Binaria que levanta as questões da expressão de género e liberdade de expressão, entre duas obras da artista apresentadas na exposição. Suscitando assim, a curiosidade dos presentes para olharem nas obras e tentarem perceber de uma maneira mais profunda as mensagens que as obras pretendiam passar.
“As obras estão inspiradas na dualidade! É muito recente esses questionamentos sobre o género, sobre a expressão, sobre a liberdade das pessoas poderem se expressar, no olhar da mente feminina. A obra Enigma por exemplo, ela através das suas figuras geométricas tridimensionais, traz esse questionamento sobre o que vai na mente de uma mulher através das suas expressões, porque, o rosto pode mostrar uma coisa mas as palavras não, então é uma forma de nós tentarmos decifrar sentimentos, emoções e pensamentos. Já no Vice-versa, trago a Rebeca (que existe já em uma outra obra), que ela em si traz o Vice-versa entre o masculino e feminino representando através das cores Vermelho e Azul. Quem é a Rebeca? Que género ela pertence? Ou ela é tão aberta que não pertence em nenhum género mas abraça os dois ao mesmo tempo?”. Explicou a artista enquanto apresentava as obras para a revista.
O evento contou com a participação de 8 artistas plásticos, nomeadamente, Mwamby Wassaky, Nefawani Junior, Denise Luís, Imanni da Silva, Benigno Tengo, Ainid Clélia, Uolofe e Eliane Lima, onde cada um apresentou de uma maneira brilhante e única as suas perceções sobre o tema em várias vertentes sociais, politicas e culturais. O evento ainda teve a curadoria do Laboratório de Critica e Curadoria, onde um dos responsáveis da curadoria da exposição, Marcos Ginguba, falou um bocadinho sobre o conceito da exposição:
“A exposição tem a temática “Demarcação”, onde Demarcação é na sua essência uma questão que nós trazemos no sentido de levarmos todos os elementos que demarcam as pessoas no mundo. Trazemos a Demarcação Cultural com a Denise Luís, que vem representar aquilo que pode gerar a fusão de culturas. Tem a Demarcação Cientifica, com a ideia da evolução da humanidade, como por exemplo em Angola entre os povos do Norte e do Sul, Demarcação Tecnológica no olhar do Mwambi, ele que apresenta a reestruturação da tecnologia. E como também temos a Demarcação de Géneros com a Imanni da Silva, onde ela traz as questões da dualidade de géneros, os questionamentos sobre as expressões de género das pessoas”. Disse Marcos para a revista.
Por: David Kanga