“Homem não chora”, “Anda e fala como homem”, “Veste-te como homem“.
Estas são apenas algumas das frases que muitos homens são obrigados a ouvir durante o seu desenvolvimento enquanto pessoa. Elas são ditas pelos familiares, normalmente mais velhos, pelos colegas de escola ou de trabalho que foram educados, ou melhor programados a pensar desta forma e pior, sentindo-se no direito de cobrar sempre que for oportuno, que alguém prove a sua virilidade, a sua masculinidade.
Mas até que ponto é que o homem é considerado portador de uma masculinidade considerada aceitável, ou se o mesmo pode ser considerado homem?
Vamos começar por definir “Homem“…
“Indivíduo do sexo masculino, ou do género masculino“.
Mais simples seria impossível!!
Ou seja, esta definição nega qualquer tipo de características que possam vir a separar os homem em categorias, no qual estas mesmas categorias foram por algum motivo construídas ao longo do tempo por conta das diferenças entre as pessoas em particular os homens, seja por questões raciais, culturais, físicas e comportamentais.
Mas, e a definição de “Masculinidade“?
“É um conjunto de características que a sociedade valoriza em um homem“, ou seja, para um homem ter valor na sociedade, ele tem que provar sua masculinidade a todo momento. Tem que ser sinónimo de força e poder, quase que indestrutível. O homem tende a ser menos respeitado caso demonstre sensibilidade, publicamente. Caso aconteça é visto como fraco e não homem o suficiente.
Ao longo dos tempos, a imagem do homem foi criada como o sexo forte, capaz, criador e líder. E qualquer antónimo destas supostas qualidades derruba por terra toda e qualquer possibilidade de o mesmo ser digno de respeito, admiração e até mesmo oportunidades. Mas, o que a sociedade se esquece é que os homens antes de serem homens, são seres humanos, e como tal sentem dor, alegrias e tristezas, e, passam por diversas experiências de vida, contribuindo para a formação da sua personalidade, gostos pessoais e a forma de se expressar enquanto indivíduo.
O que se vem testemunhando de igual modo é a desconstrução de padrões considerados como o reflexo da verdadeira masculinidade. Desde a tendência do uso e abuso de peças de vestuário de tom rosa, uso de cosméticos (Maquilhagem) e as inúmeras idas aos salões de estética.
(Uffa) que alívio! Não há nada mais sensual do que um Metrossexual(e antes que pense que é mais um acréscimo à sigla das minorias sexuais) é um termo que surgiu no inicio do milénio para descrever homens, que habitam as grandes metrópoles que não escondem ser extremamente vaidosos e que seguem as tendências da moda.E falando em moda, hoje é impossível não notar a ascensão do estilo andrógeno (traços de feminino e masculino) que segundo as propostas das grandes marcas de moda internacionais invadirá as montras em 2022. Dior, Givenchy, Louis Vuitton entre outras acreditam que o futuro do guarda-roupa masculino é livre de qualquer preconceito e acima de tudo de regras machistas que impõe aos homens uma só forma e cor.
Mas o que se conclui? Estaríamos perante uma nova masculinidade?… Não! Mas sim de uma forma mais saudável e livre da mesma ser expressada reflectindo de facto esta diversidade que nos mostra de que o Homem vem de várias formas e feitios e de que enquanto pessoa deve ser medido pelo ser carácter e seus feitos enquanto membro duma sociedade e não pelo corte e cor das calças que veste.
– Imanni da Silva
Obrigada. Imanni