Um funcionário do governo do Irã, responsável pela promoção dos valores islâmicos no país, foi suspenso depois da divulgação na internet de um vídeo em que aparecia a fazer sexo com outro homem.
O vídeo, originalmente publicado no Telegram do canal anti regime “Radio Gilan”, mostra, Reza Tsaghati, fundador de um centro cultural e orientação islâmica na província de Gilan, no noroeste do Irã, que tem como foco a promoção do uso do hijab pelas mulheres, em práticas sexuais com outro homem. A identidade do outro indivíduo no vídeo não foi revelada.
Na semana passada, o departamento de Tsaghati emitiu uma declaração sobre o que considerou ser uma “suspeita de passo em falso” por parte do funcionário, afirmando que o assunto havia sido “remetido para consideração cuidadosa às autoridades judiciais”. A declaração alertava ainda contra a partilha do vídeo para “enfraquecer a honrada frente cultural da Revolução Islâmica”.
A imprensa local adiantou que a demissão de Reza Tsaghati, que é casado e que tem três filhas, foi atribuída a “escândalos” e que a decisão foi tomada sob a orientação do ministro da Cultura. Por sua vez, o governante Mohammad Mehdi Esmaili negou ter conhecimento prévio de qualquer violação das regras de moralidade por parte de Tsaghati e disse ter “despedido vários responsáveis do ministério, por não cumprirem seriamente a implementação da lei do hijab”.
A homossexualidade é ilegal no Irã, que é considerado um dos lugares mais repressivos do mundo para homossexuais, bissexuais e pessoas transgéneras. Segundo a lei iraniana, a sodomia está entre os crimes que podem levar à pena de morte, juntamente com a violação, adultério, assalto à mão armada e homicídio. De acordo com um relatório de 2014, os homossexuais são frequentemente coagidos a submeter-se a uma cirurgia de mudança de sexo para “curá-los” da homossexualidade.
No início deste mês, o presidente iraniano, Ebrahim Raisi, condenou a postura ocidental em relação à comunidade LGBTQ durante uma visita ao Uganda. “O Ocidente está a tentar promover a ideia da homossexualidade e, ao promover a homossexualidade, está a tentar acabar com a geração de seres humanos”, disse Ebrahim Raisi.
Por: Dmitri Fernandes