Ontem, 24 de Dezembro, foi nos reportado a informação das mortes de tia Xica (mulher Trans) e de Ray Pacheck (homem Trans) . Ambos assassinados por motivos ainda desconhecidos, mas segundo pessoas próximas às vítimas, a morte de ambos foi por motivos de ódio devido a Transexualidade.
Tia Xica (como era conhecida), vivia nas Ingombotas (Luanda), uma mulher madura que fazia questão de partilhar com os mais novos a sua trajetória de vida nos anos 80 e 90, quando ainda era muito difícil termos pessoas LGBTQIAP+ abertamente assumidas na sociedade Angolana. Tia Xica foi uma das primeiras pessoas LGBTQIAP+ em Angola a assumir a sua identidade gênero perante a sociedade, como ela mesma dizia “eu me atiravam pedras onde eu passava. Aquele tempo era difícil”. Nos últimos dias, tia Xica estava a se associar ao activismo LGBTQIAP+, participando das actividades de empoderamento da Associação Íris Angola.
Ray Pacheco foi um homem Trans, residente na província de Benguela que fazia parte da Associação Íris Benguela.
Segundo informações mais recentes, o assassino de Ray Pacheco já se encontra nas mãos das autoridades. Infelizmente, até o momento não se tem informações sobre o/a assassino/a de Tia Xica. Aguardamos que as autoridades Angolanas possam encontrar o/a responsável pela morte da tia Xica, e assim, os punir com base na lei Angolana.
24 de Dezembro, dia que devia ser de felicidade, infelizmente mais uma vez temos de chorar 2 dos nossos que partiram prematuramente.
Por David Kanga