![](https://queerpeople.co.ao/wp-content/uploads/2024/06/IMG-20240625-WA0038-1-edited.jpg)
No Sábado 14, aconteceu a primeira eliminatória do grupo “D” da temporada 11 do Reis do Rompimento Primeira Liga, com 32 gladiadores, divididos em 4 grupos iniciais, organizados por ordem alfabética. O Rapper Yakuza, enfrentou então o seu adversário Dadis Camilo, tendo perdido a batalha e sendo assim eliminado da temporada.
Reis do Rompimento Primeira Liga (RPPL) é uma batalha de Freestyle, uma iniciativa do rapper, empreendedor e influencer digital Felipe kiala ” Fly Squad”.
O rapper falou em entrevista a Queer People, que sente-se especial e grande por ter sido selecionado para temporada 11, porque batalhas de Rap é uma coisa que gosta de fazer apesar de que como homem trans não é nem na mínima hipótese fácil, precisa esforçar-se 3 vezes mais do que precisaria. Mas gosta de fazer rompimentos e só o facto de poder estar na maior liga de rompimentos da lusofonia e poder estar sem ter que se moldar para ser integrado, fica feliz e com vontade de todos os dias fazer melhor até deixar seu nome carimbado no jogo.
![](https://queerpeople.co.ao/wp-content/uploads/2024/06/1719321870577-edited.jpg)
Na sexta-feira(15), teve a entrevista cedida no programa “Fly Podcast” onde abordou abertamente sobre sua identidade de género e orientação sexual, o Rapper ressaltou que Falar sobre sua identidade de género é uma coisa que sempre quis fazer no movimento em que faz parte, mas nunca viu um momento propício pra isso, uma vez que é um assunto muito delicado que se começa-se a falar do nada e sem uma estratégia no meio de mais de 2 mil pessoas e dentre elas muitas pessoas transfóbicas, corres o risco de ser boicotado, pisarem nas suas palavras e tudo resto sobre o tema em questão ir por água a baixo e ainda comprometer a comunidade LGBTQIA+ no geral, então sempre esperou por um momento em que pudesse entrar e as pessoas ouvissem. Quando viu a mínima brecha no “Fly Podcast”, aproveitei, mas o retorno do Fly sobre o assunto também me deixou totalmente admirado, sabia que o Fly reagiria com compreensão mas a forma como o CEO reagiu com o coração e defendeu como se dele se tratasse o deixou orgulhoso e emocionado.
Falou também do impacto que teve a sua participação e como o espaço e inclusivo na sua visão como pessoa Queer.
“Um grande número de pessoas acham, que as pessoas LGBTQIA+ não dão as caras em projectos populares porque sentem-se envergonhadas e bem lá no fundo também acham que é errado ser LGBTQIA+. Então a minha participação na #RRPL vai mostrar que nós existimos, somos normais, vivemos normal e podemos fazer o que temos competência e podemos ocupar qualquer espaço social”
![](https://queerpeople.co.ao/wp-content/uploads/2024/06/1719321835646-1-edited-1.jpg)
O artista aplaudiu a posição do apresentador Fly Squad que mostrou-se aberto a aprender sobre identidade de género e orientação sexual. Foi humilde, por ser influente e não ter noção do assunto, foi humano e com bastante delicadeza foi questionando, manteve-se na posição de líder.
Sobre seus colegas, diz que do lado deles notou que a única coisa que mudou, é que muitos deles não tinham domínio e ficaram muito mais informados, em termos de comportamento e relações, nada mudou com os que tem laço de proximidade. Mas naturalmente afasta-se de quem não esteja disposto a ouvir ou não seja flexível, porque obviamente entende que ninguém é obrigado a concordar com nada, mas quem seja contra, mantem distante porque mesmo que seja de brincadeira não tem paciência para estar em constantes embates, então alguns, desde sempre manteve afastado.
“Não olhem para sexualidade, olhem para capacidades e para competências, uma pessoa tem muito mais para dar quando sente que os receptores estão abertos a receber. E para as pessoas LGBTQIA+ digo: Se vós não removerdes as barreiras elas não poderão cair por si“.
Durante sua entrevista no programa ” Fly Podcast, nos comentários alguns internautas, proferiam comentários com discursos transfóbicos no canal do YouTube do programa e na página oficial do apresentador na rede social Facebook.
A onda de intolerância e desrespeito contra pessoas LGBTQIA+, tendem a crescer após 3 anos da descriminalização da Homossexualidade em Angola.
Pessoas LGBTQIA+ continuam sendo vítimas de ataques homofóbicos desde agressões verbais, discursos de incentivo ao ódio, agressões físicas e descredibilização de pautas LGBTQIA+.